Adoro pérolas.
Pela delicadeza e origem.
A origem das pérolas começa quando um grão de areia, vai para dentro do corpo da ostra e causa irritação.
Uma invasão e uma dor.
A ostra então, tenta aliviar sua dor. Como defesa, libera uma substância, chamada nácar que envolverá o grão. As camadas de nácar depositadas no grão formam uma substância lisa e compacta que após um tempo necessário formará o que chamamos de uma bela pérola.
Uma ostra que não foi ferida, nunca vai produzir pérolas, pois, a pérola é uma ferida cicatrizada.
As pérolas cultivadas são produzidas da mesma forma que as naturais, porém utilizando de técnicas, que consiste em acelerar esse processo. Qual será o acelerador que podemos usar nos processos de nossas dores?
Quais são as suas dores?
Você já sentiu se sentiu ferido pelas palavras de alguém?
Já foi acusado de ter dito coisas que não disse?
Suas idéias já foram rejeitadas ou mal interpretadas?
Já sentiu duros golpes de preconceito?
Já recebeu o troco da indiferença?
Então, você já produziu uma pérola em volta das suas dores?
Pérolas são produtos dos processos, as aprendizagens dos sofrimentos que vivenciamos na vida.
Temos a possibilidade de envolver e dissolver nossas mágoas com várias camadas de amor e seguir em frente. E em um outro caminho acontece o cultivar do ressentimento, deixando nossas feridas abertas não permitindo que cicatrizem.
Fabricar pérolas ou manter as dores?
Cada um com seus motivos seguem seus caminhos na vida.
Não há um certo ou errado. Não há uma dor sem coerência. Cada um com sua singularidade carrega seu processo.
E a natureza sempre sábia não impõe nem sugere, só nos oferece a lição, deixando a escolha de acelerarmos ou não o processo de bem estar na vida.
A Ostra e a Pérola nos lembrarão sempre desta possibilidade.
Telma Lenzi | Junho 2013