Estamos na época de refletir, presentear ,celebrar. Também de correr contra o tempo, se assustar que o fim do ano chegou mais rápido e se desesperar que não vai dar tempo pra tudo.
Pior! Que muitas vezes ficamos por último na lista de quem precisa de atenção e cuidado. Este clima está bem longe de ser paz.
Aos poucos vamos “invisibilizando” nossos sentimentos, pessoas, relações, sofrimentos. Aos poucos vamos perdendo nossa paz. Paz interna e paz nas relações.
Será que gosto de viver o que estou vivendo? Será que quero o que imagino que quero?
Essa perguntinhas levam a muitas reflexões. Proponho fazermos uma reflexão não só de pensar, mas de agir.
Mudar algo em nossa vida para melhor como um presente da natal. Refletir, mas sem esforço, sem buscar soluções.
Proponho que a gente consiga sair de alguma cena que nos faz mal e ver de fora para ser melhor. Entender a situação por outro prisma e assim buscar outra direção que tenha mais bem estar.
A gente muda o tempo todo. Não somos iguais ao que fomos há um ano, nem ao que seremos no ano que já está ai. Temos a capacidade de ressurgir do sofrimento. Isso trás muita esperança.
Sabemos que as relações se baseia, na colaboração ou na competição. Vendo de outra forma: no acolhimento ou no “encolhimento”. Então vamos ver como nos colocamos nas relações.
Imponho os meus desejos ao outro? Submeto–me aos meus desejos do outro?
As relações de paz baseiam – se no amor
O amor não como um sentimento, mas como uma forma de relacionamento. Amar é uma atitude em que se aceita o outro como ele é. Amar nos permite ser vistos,ser escutados e aceitos da forma que somos.
Em vez de oferecer instruções do que e como fazer, amar e respeitar o espaço do outro para que ele exista plenamente. Não se pode querer transformar o outro.
O amor define a qualidade da convivência.
As relações de violência baseiam–se na competição
Quando tentamos mudar o outro, estamos visando nossos próprios valores. Mudar algo em nós deve ser feito por vontade própria e para nosso próprio bem. Impor o próprio desejo sobre o outro acaba com o prazer de estar junto. Quando surge a exigência desaparece o respeito pelo que o outro verdadeiramente é.
Como perdemos a habilidade de acolher respeitar a individualidade do outro? Como aprendemos a encolher e sermos encolhidos nas relações hierarquizadas? Sim. Perdemos o caminho na história. Vivemos hoje uma cultura centrada na competição. Está mais em voga falar de violência do que falar de amor. Amor saiu do campo do convívio social e virou poesia,utopia.
Hoje predominam relações de dominação, sentimentos agressivos, arrogância e competição, que se opõem a amorosidade.
A competência, a brutalidade e a violência não fazem parte da natureza humana. Pelo contrário, na história a violência faz parte de um dispositivo da sociedade patriarcal que usa mecanismos de poder para reduzir os menos favorecidos e as mulheres em objetos das pessoas mais favorecidas.
Estabelecendo uma relação binária de poder que gera e mantém a violência.
O pobre e o rico/o forte e o fraco/O ganhador e o perdedor. E isso tudo acontece na intimidade das relações. Queremos impor nossos desejos,opiniões ao invés de buscar o entendimento. Ou nos encolhermos perante as imposições e exigências do outro numa busca pela paz ilusória. Apenas mudando de posição. Muito longe da paz.
Dois motivos que interferem na paz das relações:
Nossa condição humana
Não distinguimos o que é ilusão do que é percepção real. Mas todos saem acreditando que estão certos antes de perguntar, explicar/pedir exclamação por meio da linguagem. Ex: Não me ama (ilusão).está focado em um trabalho (fato);
Olhamos e escutamos,sentimos e nos expressamos a partir das nossas experiências. Ao achar que nossa verdade é única, estamos aprisionamos o mundo, as pessoas, as coisas e os acontecimentos.Quando discordamos, é de uma perspectiva para outra. Não precisa ser ofensa.
As construções sociais do modelo Patriarcal
Só há duas posições: ou forte ou Fraco. Competitividade e hierarquização das relações:Preciso falar e convencer para vencer. Construções de lógica oposta para homens e mulheres através da educação a infância.
Ex: mulheres querem falar a partir dos seus problemas e os homem querem falar a partir da solução deles, porém em sentidos totalmente divergentes. O machismo e o feminismo.
A razão tem predominância sobre a emocionalidade,iniciando aqui, as relações de hierarquias que geram e mantem a violência. Somos violentos com nós mesmos, quando nossa racionalidade (general interno) tenta se impor sobre nossas emocionalidades. Somos violentos com o outro, quando não aceitamos sus perspectivas de ver, ser e estar no outro mundo e impomos nossa verdade. Mas ao mesmo tempo queremos a possibilidade de trocas afetivas verdadeiras. Buscamos relacionamento de paz. Buscamos incansavelmente as ferramentas para construí-las. E vamos encontra- lá, dentro de nós, ao lembrarmos de como somos seres humanos e falamos. E porque falamos, podemos mudar a realidade e reinventar outros modos de vida.
Há sempre a possibilidade de nos entendermos ou de recomeçar do ponto de onde paramos. A conversação desarma do mau humor e violência.
Ao fazermos uso da cultura de clarear e explorar o significado do outro , muitas conversas que se caracterizam omo violentas seriam transformada em conversas sobre os sentimentos que nos habitam.
Relações de paz surgem de uma conversação ,uma troca , em que o primeiro escuta e valida o segundo, mas não cala sua interação vinda da escuta do primeiro.
Fica o convite
Vamos reaprender a com–versar? Precisamos de coragem para comunicar o que verdadeiramente queremos. Falar de sentimentos com sentimentos. Dos desejos, medos, sonhos. Olhar, enxergar e perceber o que o outro quer nos mostrar. Mais que escutar, compreender o que o outro quis verdadeiramente nos dizer. Desenvolver uma escuta qualificada. Aprender a ouvir o que não está sendo dito. Encontrar nas pausas entre as palavras, no tempo em que processo em silêncio a Paz.
Vamos torcer pela paz?
Telma Lenzi /Natal 2012
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