Lene |Gratidão!

Ela chegou com sorriso largo e coração transbordando amorosidade, como sempre. Com suavidade foi iniciando uma grande conversa, dando voz […]

Ela chegou com sorriso largo e coração transbordando amorosidade, como sempre.

Com suavidade foi iniciando uma grande conversa, dando voz às diferenças com escuta generosa.

Abriu o guarda chuva paradigmático e nos convidou a entrar no mundo pós moderno dos diálogos e das histórias.

Passeando em cada margem do rio, usando a metáfora do canoeiro, foi nos mostrando como integra em seu viver, em sua forma de estar com o outro, as várias metáforas teóricas (lentes provisórias) para construção de sentido.

Um dia inteiro de conversações colaborativas.

Um dia para serenar nossas escolhas, que por vezes se inquietam em um mundo moderno.

Construir espaços para dialogar colaborativamente leva tempo, ela nos relembra.

Mas sair da posição de poder, de conduzir o outro por verdades que somente a nós faz sentido, e com ele construir as “Verdades locais”, nos devolve a humanidade, nos libera da nossa própria opressão.

Cada um constrói suas verdades nos diálogos vividos.

Cada um conta, reconta  e constrói novos significados em suas histórias vividas.

Cada um tem suas próprias competências para lidar com as adversidades.

Cabe a nós, então terapeutas, sermos mestres em organizar os processos de parceria conversacional.

Nossa escuta e nossa fala se dá em múltiplas vozes.

Nosso self é narrativo e conversa em diálogos colaborativos, ela nos relembra.

Mas como acalmar meu Personagem Interno General moderno que vive entre certos e errados, melhores e piores, achando que sabe o que é melhor para o outro?

Como dar voz a minha Personagem Interna Terapeuta, que tem uma filosofia de vida pós moderna, colaborativa e que é tão mais suave?

Convidando outras vozes para os diálogos internos, diz ele o meu Personagem Interno Epistemólogo.

Sim, foi o que fiz.

Retomei alguns diálogos internos com Maturana, Bruner, Foucault, Wittgenstein, entre outros que se reaproximaram em minha paisagem interna.

Ela sorriria para mim e me encorajaria:

– “Vai por aí, sim. Este é o teu melhor caminho, é o que mais serve para ti.”

Não necessariamente para o outro. Mas se para ti faz sentido é o melhor para ti.

E ela fotografou o mar.

E sorriu olhando o lindo dia, o mar da Beira Mar de Florianópolis.

E assim, em co-autoria, construiu um momento histórico de integração entre os dois institutos sistêmicos da cidade.

Diminuindo as distâncias, validando as diferenças e aumentando a afetividade.

Ela, profundamente, a convidada e a anfitriã.

Pra todos nós um presente.

Gratidão!

Telma Lenzi | 27/6/2015

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