A violência contra mulheres e crianças ainda é uma triste realidade no Brasil.
No Mapa da Violência de 2012, o País ficou em 7º lugar entre os que mais matam mulheres e dessas, 70% foram mortas dentro da sua própria casa pelos companheiros. Cerca 65% dos atos violentos contra crianças e adolescentes cometidos no último ano tiveram como autores os próprios pais, padrastos, tios e avôs. Em Santa Catarina, em 10 anos, o número de homicídios de crianças e adolescentes mais que dobrou. Passou de 56 (2000) para 119 (2010).
Com iniciativa do Instituto Movimento, no próximo sábado (23/02), Florianópolis recebe o Curso: Educação para Igualdade nas Relações, ministrado por Carlos Eduardo Zuma, psicólogo e secretário executivo do Instituto Noos, que influenciou na elaboração da Lei Maria da Penha, através de seu trabalho com homens que agrediram mulheres.
Além de ser aberto a pessoas que possam estar vivendo alguma situação de violência, o curso também é voltado a “multiplicadores”. Ou seja, profissionais de diversas frentes que atuam direto com as pessoas envolvidas nesses atos, o curso vai debater: Com quais recursos esses multiplicadores, profissionais da área da saúde, assistência social, educação, segurança e justiça, podem contar para lidar com os envolvidos em situações de violência intrafamiliar? Uma educação voltada para a igualdade entre os gêneros parece ser um caminho promissor. Mas como torná-la uma realidade?
E ninguém melhor gabaritado para aprofundar o tema e apontar algumas direções, como o psicólogo Carlos Eduardo Zuma. Ele é cofundador do Instituto Noos, finalista da edição de 2010 do Prêmio Empreendedor Social da Folha de SP, membro da Sociedade Internacional para Prevenção do Abuso e Negligência Infantil e influenciou na elaboração da Lei Maria da Penha, além de integrar a Secretaria Executiva da Rede Não Bata, Eduque.
“Mesmo que a mídia e autoridades pareçam estar mais atentas a casos de violências no lar, no trabalho e na escola, nosso País ainda caminha a passos lentos a uma realidade totalmente diferente. Não podemos achar normal que um gênero domine o outro e nem relaxar enquanto uma única criança passe por traumas irreversíveis na infância. Por outro lado, não podemos encarar o agressor como um monstro, mas sim como alguém que precisa de ajuda. Na maioria das vezes, o agressor já foi vítima”, destaca Telma Pereira Lenzi, diretora do Instituto Movimento, responsável pela realização do Curso: Educação para Igualdade nas relações.
O evento acontece no Cambirela Hotel, a partir das 8h30 do próximo dia 23/02. A duração do curso é de 8 (oito) horas. Mais informações e inscrições pelo telefone: (48) 3223-3598.