ISOLAMENTO SOCIAL I : DESMISTIFICANDO A TERAPIA ON LINE

O isolamento chegou brusco, disruptivo. Nos primeiros dias foquei em arrumar a casa profissional, casa da ONG e da Clínica.

Vamos parar tudo. Suspender os atendimentos gratuitos em grupo foi muito difícil, mas era pelo bem do coletivo. Mais de 300 atendimentos presenciais interrompidos e uma equipe de 35 pessoas, terapeutas e colaboradores, para mandar pras suas casas. Inclusive eu.

Sim. Me mandei ir embora, ir pra casa. Fechar as portas da nossa sede e proteger rapidamente a todos.

Depois foi a vez de olhar pra minha casa e organizar minha quarentena. Fui pro supermercado às 22 hs me abastecer do mínimo e senti o baque do vazio nas ruas, do shopping fechado e das distâncias entre as pessoas. Que difícil pra mim que gosto tanto do abraço, do olho no olho transbordando emoção e do simplesmente sentir a energia do outro conversando no silêncio com meus afetos.

Muitas reuniões do Conselho. Muitas conversas difíceis.

Medo da saúde de todos ameaçada. Medo do financeiro atingindo em mais de 80% o nosso trabalho.

Minha aflição individual, antagonicamente, conversava internamente com o pensamento coletivo e com a esperança. Algo nunca vivido e que se apresentava como um possibilidade de mudar paradigmas e a forma de estarmos em relação com as pessoas.

Está posto: a saúde é pública.

O meu bem estar ou mal estar afeta o outro e vice versa. Muitos entenderão e muitos se debaterão em um egoísmo, individualismo prejudicial a si e ao outro. E para alguns, essa ficha pode demorar pra cair.

Neste contexto foi se criando uma rotina das trocas online. Reuniões profissionais, entrevistas, conversas entre amigos, familiares e os pedidos de terapia online. Como não interromper os processos dos meus clientes? Isso muito me afligia.

A modalidade de terapia online seria a única forma de eu continuar meu trabalho e meu sustento. Mas isso pra mim não era argumento suficiente. Tinha sofrimento de fazer o laptop mac e o PC Windows funcionar. Que dois mundos diferentes!

Baixar os aplicativos Skype, Zoom, Teans, tantas possibilidades que não tinha conhecimento anterior algum. Com o agravante de não poder pedir auxílio técnico como sempre fazia. Alguém vinha e fazia tudo funcionar. Agora é tudo diferente. Sou só eu por mim. Estamos em isolamento.

Fui aceitando ajuda online e – com bastante desgaste – me dispondo a experimentar. E essa está sendo a maior experiência de desconstrução até aqui. Comecei a atender timidamente, com os recursos tecnológicos engasgando para arrancar, mas fui.

Fui e senti a conexão. Senti sentimento circulando. Senti a emoção e o afeto com meus clientes que sou tão envolvida. Senti as possibilidades dos diálogos transformando aflições, sofrimentos em recursos, construindo outros itinerários internos e externos. Vi preencher com vínculo de escuta e confiança, as solidões dos isolamentos físicos de quem experimentava estar só consigo mesmo. Às vezes tão maravilhoso. Outras vezes tão ameaçador.

Desarmamos juntos bombas prontas pra explodir nos confinamentos das relações de casais e famílias. Assim como presenciei casais aproveitando como um presente esse momento de dedicação a seus filhos e a suas relações, resignificando rotinas familiares.

Viver a aventura online de estar com clientes de outras cidades, de outros países, foi indizível. Conheci a intimidade das casas reais deles, não só emocionais, assim como eles a minha casa. Que oportunidade. Que quebra de paradigma.

A possibilidade de não ter lindos processos terapêuticos interrompidos pela questão da pandemia se apresentou pra mim e eu me dispus. Precisei viver a conexão emocional a partir do recurso da conexão virtual, para validar essa aprendizagem.

Assim como eu questionava a qualidade dos atendimentos online imagino que você também pode estar se perguntando se é válida a experiência. E a resposta é: experimenta!

Nosso maior inimigo no momento está invisível por aí, contaminando mais e mais pessoas ao redor do mundo todo. E contextos de insegurança tem o poder de afetar nossa saúde mental. Não permita!

Todos perderemos algo. A diferença é que alguns sofrerão mais e outros menos. E a terapia online é uma oportunidade para que a gente reflita sobre os aprendizados que podemos ter com toda essa calamidade.

Por favor, cuide de si! Você estando bem, afeta positivamente seus vínculos. E lembre-se: máscaras de oxigênio primeiro se colocam em si, depois nos outros.
Mantenha seus processos de terapia. Eles lhes eram úteis. Só mude a modalidade.

Você não fazia terapia? Então agora é preciso.

Inicie um processo de terapia online se você sente algum sofrimento emocional nesse momento de tensão pelo isolamento. Desde pequenos pensamentos de medo e angústia que falam baixinho nos diálogos internos até sensações corporais de sobrecarga. Não é hora de baixar a imunidade.
Continuar seus processos terapêuticos na modalidade online, além de ser muito bom tanto para você, colabora também para que os profissionais não percam a sua renda.

A terapia é uma grande aliada em diferentes momentos de nossas vidas e agora mais do que sempre se apresenta como um grande instrumento de saúde.
O mundo estaria só, em um silêncio devastador sem a internet e as várias maneiras de estarmos interligados.

E eu agradeço a tecnologia.

Estou esperando você aqui, no espaço online.

Telma Lenzi
Marco/2020

 

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