Pompeu, general romano (século I A.C.), encorajou seus marinheiros, com a frase “Navigare necesse, vivere non est necesse”.
Petrarca, poeta italiano (século XIV), transformou a expressão para “Navegar é preciso, viver não é preciso”.
Mais adiante, escreveu Fernando Pessoa: “Quero para mim o espírito desta frase, transformada a forma para a casar como eu sou: Viver não é necessário; o que é necessário é criar”.
Mais de 2000 mil anos se passou e as perguntas ficam: navegar é preciso? Viver não é preciso?
Ser é preciso! Ser quem se é. Buscar incansavelmente o ser. Viver é “Ser”.
Viver a nossa liberdade de ser quem verdadeiramente somos.
É sonhar e ousar concretizar nossos sonhos.
É planejar, arriscar, empreender e por fim realizar o que nos dá sentido.
Saber que em toda nossa multiplicidade somos únicos.
E essa singularidade não se encaixará em nenhuma definição de ser, a não ser a nossa própria.
E a cada um pertence a decisão de qual viagem fazer nesta vida.
“Ser é preciso, viver não é preciso”.
Viver buscando suas verdades ou viver a vida que nos apresentam como “a certa”?
Este viver, para mim não é preciso!
Viver com medos, pressões, inseguranças e competições?
Viver as buscas intermináveis de corresponder a modelos sociais impostos ao nosso “ser”?
Deste viver já me despedi, quero cada vez mais viver só para “SER”.
Telma Lenzi | Junho/2014