Dia das Mães. Começo pela Minha.

Semana dedicada as mães. Começo pela minha.

Adoro a minha. E quem conhece ela, compartilha o mesmo sentimento de admiração pelo estilo de vida e pela maneira de estar no mundo sempre atualizada.

Como muitas mulheres de qualquer idade, ela conquistou sua independência financeira e trabalha só no que gosta e quando quer.
Conquistou autonomia, mora sozinha de frente pro mar na cidade que escolheu morar depois de algumas outras experiencias: Balneário Camboriú.

Usufrui de todos a tecnologia do mundo moderno para facilitar sua vida e manter seu circulo de familiares e amigos. Não vive sem celular, internet, laptop, facebook, carro automático, etc. Amigos especiais no face passam de 100.

Ao mesmo tempo, assina revistas e jornais locais e nacionais que a mantem em dia com o mundo. Sua rede de amigas é  invejável. Tem amiga para tudo. Para ir ao cinema, para trabalhar em frentes de filantropia, para baralhinho e cafehaus, para noites de seresta, para teatro e música.

Passatempo preferidos: curtir música clássica nos seus vários aparelhos. De CD player à eletrola de 4 rotações com agulha comprada no mercado livre.

Manter-se de bem com a vida.

Manter a saúde e a pele em dia aos 84 anos ( quase).

Desafiar-se diariamente em jogo de raciocínio: 数独 (sudoku em português)

Adora as amigas das filhas e do filho, arranjar novas amizades, novas filhas de todas as idades. Amar sua família.

Ainda bem que não me deste de volta para a  Guiomar.

Os defeitos esqueci, as broncas ficaram em fases passadas da vida já distante.

Amo você.

“Quem tem mãe, tem tudo!”

Endereço eletrônico dela: Maria Celeste Pereira

Viagem Espiritual à Machu Picchu

Minha escolha preferencial de viagens, são aquelas  com sentido, com disponibilidade para experienciar algo novo, transformador.

Neste texto, compartilho minhas reflexões e aprendizagens de uma viagem à Machu Picchu. 

A antiga utilidade dessa cidade continua sendo um mistério. 

Uns falam do Templo do Sol e da sabedoria dos homens Incas. Outros falam de uma cidade das mulheres, onde Pachamama, a mãe terra abençoa o Universo.

Para mim, guardo a lembrança da forte vivência de toda a sua magia, obstáculos e esplendor.

Indo buscar a energia do SOL, da força do masculino em mim, encontrei -me com ela, a força que vem do cuidar, do feminino, da terra de Pachamama. 

Compartilho aqui minhas valiosas lições que aprendi neste lugar.

 

Primeira Lição: A dor da Criança Interior 

Percepção que a maior dor da minha criança interior são as sensações e sentimentos de desproteção. Quando ela se sente só, perdida e sem saída. 

Quem vai cuidar de mim?  A resposta:Eu.

Segunda Lição: O cuidado com a Criança Interior

Vivências passadas de desproteção invadem o presente, me atrapalham e limitam o futuro.

Como cuidar da minha criança?

 Ser nosso próprio pai e nossa própria mãe, sempre. Vou te levar comigo, na gentileza do meu abraço.

Terceira Lição: Re-energização

Fui buscar a energia do deus sol, e quem veio a mim foi ” pachamama” (a mãe terra). 

Em um lugar que escolhi como meu recanto sagrado, encontrei enterrado na terra um anel. Um presente e uma força para desempenhar a minha tarefa de cuidadora. Que tipo de mãe escolho ser?

Como me re-energizar para cuidar dos outros?

Cuidar de mim para cuidar de muitos. A minha força está no feminino. Ser mãe de muitos. Personagem All Mother.

Quarta lição: Paz interior

Preciso me retirar do mundo para me sentir em paz. No dia a dia meus diálogos internos são intensos e tensos.

Como alcançar mais paz interior?

Assumir quem eu sou sem buscar concordância ou discordância interna e externa. Sou as minhas crenças, minhas buscas, meu caminho, meus vários lados antagônicos. E está tudo certo. 

Quinta lição: O anjo das polaridades

Abrindo o livro dos Anjos perguntei: Como seguir? 

Pelas Polaridades. 

Ser forte e ser fraca… Poder cansar, desanimar, descansar e seguir.  Eu e meus vários personagens internos tão antagônicos.

Sexta lição: A escolha

Vulnerabilidade, limite, não é fraqueza.

Ir ou não ir. Desistir  não. Somente descansar para seguir depois.

O autocuidado é respeito a si mesmo. 

Sétima lição: O medo é um amigo

Tem momentos que precisamos ir devagar, para ir mais longe. Se segurando nos apoios possíveis por auto cuidado.

A pergunta: O que eu faço com o meu medo?

Resposta: Acordos gentis.

Oitava lição: o caminho se faz ao caminhar

Se no está bom, vamos criar algo para melhorar.

Seguindo pelo caminho dos incas (uma subida íngreme), fiz acordos, pausas e respeitei meus limites. E o caminho suavizou a minha frente.

Nona lição: Pertencimento

Procurando um lugar no mundo, na paisagem, achei um lugar bem lindo e bem dentro de mim.

Décima lição: Alegria

Olhar as cores do mundo. Eu me misturo nessas cores peruanas.

Décima primeira lição: Redimensionamento

 Olhar o mundo de longe. Redimensionar a própria vida e a morte.

Décima segunda lição: Paciência 

A aprendizagem da espera. Tudo tem seu tempo. Respeitar o tempo de elaboração dos processos vividos. 

Lição Final:  Vivemos em um eterno tornar-se.

Nunca estaremos prontos. 

Estar pronto sim,  para as próximas viagens, aprendizagens e novas versões de mim.

 

 

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1º Lugar no Mulheres Que Brilham!

Brilho é a capacidade de refletir luz, descrevendo como a luz é refletida por uma superfície.

Temos esta mesma propriedade.

Temos a escolha de sermos foscos ou luminosos.

E se quisermos mais da vida podemos nos oferecer a polir sempre nossas superfícies para que possamos refletir cada vez mais variações de luzes humanas.

Acolher estas variações: Luzes frágeis, luzes apagadas ou quase apagadas, excluídas e sofridas; luzes amorosas, luzes sem foco, violentas ou agregadoras.

Sim, cada uma de nós “Mulheres que brilham” carrega em si este potencial.

Servir de porta voz a vozes caladas, sussurradas, esquecidas.

Ampliar, transformar, luz em brilho.

A Equipe da ONG ASSIM, da Clínica e Escola Movimento (60 Psicólogos voluntários), os clientes da ASSIM (mais de 2.000 pessoas em 2012), as Madrinhas e Padrinhos da ASSIM (90), que mantém financeiramente a sua estrutura, agradecem a homenagem e a visibilidade, feita a partir do meu nome.

SOBRE:

O Prêmio Mulheres que Brilham foi promovido pela empresa Macassá, de Florianópolis, em comemoração ao Mês da Mulher em 2013.

Entendendo que as mulheres estão um pouco cansadas de comemorar sempre do mesmo jeito, a Macassá  apostou na ideia de mulheres inteligentes, lá no fundo, também devem ficar cansadas dos salamaleques habituais que acompanham esta data.

Por isso, pensou em uma forma de marcar a data – que, independente do modo como é comemorada, é importante – sem cair no lugar comum.

Foi quando surgiu a ideia de fazer o Projeto Mulheres que Brilham.

O Mulheres que Brilham foi a forma que a Macassá encontrou de celebrar a feminilidade naquilo que ela tem de mais importante, ou seja, todas as coisas que as mulheres fazem no seu dia-a-dia sem esperar por recompensas. 

O espaço foi aberto para que as mulheres pudessem compartilhar com o mundo quem são, o que fazem, como pensam e como se sentem, independente do seu grau de instrução ou papel social.

Os depoimentos e imagens enviados pelas participantes foram publicados no site da empresa e nas redes sociais.

A votação foi aberta ao público. Com o voto dos amigos e conhecidos que fiz pela vida afora, conquistei o primeiro lugar.

Muito obrigado!

 

Reflexões sobre as Mulheres do Século XXI

Fazer 50 anos é uma responsabilidade infinita. Todos olham você esperando equilíbrio, controle das paixões, sabedoria, em papéis idealizados da mulher/mãe/profissional/avó/esposa/santidade.

Eu não me sentia assim. Nenhum papel me cabia, me pertencia. Me joguei do Olimpo eu mesma, rompi com os pactos familiares e sociais determinados, olhei para as minhas iguais – mulheres entre 40 e 60 anos e não encontrava referenciais que acalmassem a fúria e voracidade de viver – que rasgavam minha pele.

Nestes momentos de imenso debate interno decidi dar um tempo pra ouvir outra mulher, desta vez uma psicóloga que ministrou para casais há uns dez anos atrás, um curso de sexualidade e afetividade. Ela falaria sobre os novos paradigmas femininos na BPW Florianópolis.

Telma Pereira Lenzi (Instituto Movimento http://www.sistemica.com.br/) é uma mulher admirável por sua competência profissional, sua extrema sinceridade e facilidade de transitar por temas angustiantes para a maioria de nós.

Sentei-me na quinta fila do auditório, atrás de tantas outras mulheres empreendedoras, empresárias, comerciantes, menopausadas, solitárias. Tudo que ouvi fazia sentido, encaixava em falas recentemente proferidas sobre a temática feminina, mas com novo olhar e roupagem. Primeiro ela se colocou como mulher, trouxe-nos sua história de vida, seus sonhos, suas maternidades, os casamentos e divórcios e reorganização familiar, seu diagnóstico de câncer e sofrimento da mastectomia, suas fortalezas e debilidades. Era a Telma real que nos falava.

Disse-nos que no Século XXI homens e mulheres devem fazer as pazes, criarem alianças, depois de muitos tempos de embates e lutas. Percebemos que a grande maioria das mulheres ainda continuam lutando e lutam tanto que esquecem de perceber que já ganhamos a guerra. Hoje podemos escolher novos modelos e arranjos, propiciados pelo divórcio, novas formatações familiares, realização profissional, concretizarmos sonhos. Um dos aspectos enfatizados por Telma foi que nos movemos pela intensidade e esta intensidade nos vicia. Deste modo, ao não nos darmos limites, queremos o tempo todo estar em todos os possíveis papéis sem termos possibilidades de dar conta de tudo.

NOVOS PAPÉIS

No século XVIIII fomos submetidas ao poder existente e ocupávamos nossa unica função social: mulheres eram mães.

No século XX, por conta das mudanças sociais e surgimento da burguesia, a família passa a cuidar da propriedade e há um intenso processo de domesticação da mulher, treinada para o cuidado (da casa, dos filhos, do marido, das amigas).

A antítese à domesticação foi o movimento feminista. Já no Século XXI vivemos uma diversidade de modelos, que nos trás uma imensa sobrecarga.

Verdade que podemos tudo, mas as grandes perguntas são: eu preciso de tudo? eu dou conta de tudo? Respondidas as perguntas, a nova mulher deve aprender a fazer escolhas, entendendo suas contradições pessoais, sociais e poder responder por elas (eu escolho, eu dou conta?) Podemos tudo, mas dentro da gente fica a culpa por deixarmos alguns dos papéis não muito bem atendidos.

Há muitas opções e devo fazer minhas escolhas a partir das minhas referências, ouvindo minhas contradições e sabendo que quando optamos por uma coisa, perdemos outras. ESCOLHA ENVOLVE PERDAS. Temos que cuidar com a sobrecarga, com a culpa, com o perfeccionismo, pois não precisamos dar conta de tudo. Sobretudo, cuidar com as crenças do amor romântico do Século XVI que ronda nosso imaginário, pois muitas de nós caímos na armadilha do homem num conversível branco, lindo, inteligente, que nos tirará da inércia e nos fará felizes para sempre.

VELHAS CULPAS

As culpas e os conflitos com a dupla moral – interna e externa, são outros óbices da nova mulher. Sim, temos mais possibilidades de escolhas e isso nos traz muito mais angustias. SOMOS LIVRES NAS ESCOLHAS, PRESAS NAS CONSEQUÊNCIAS. E a mulher de hoje pode ocupar dois lugares: de vítima (senta e chora e lastima) mas ninguém cresce com lágrimas, ou de protagonista que assume as consequências das escolhas com casamento, sexualidade, maternidade, completude.

CASAMENTO

Os homens perderam a mulher que oferecia proteção, colo, cuidado – a mulher/mãe e não foram preparados para as grandes mudanças de valores que estamos vivendo. O que atrapalha muito as relações é a diferença de comunicação entre homem e mulher. Mulheres são mais amplas/subjetivas/interpretativas e periféricas enquanto o homem é objetivo/superficial e pratico. Entretanto são estas diferenças e a convivência com elas que nos fazem crescer. Nossos desafios são nos tornar menos interpretativas, parar de nos queixar, aprender a negociar e deixar que atuar com a emoção, que faz com que sempre percamos a razão. Telma salienta que deveremos ter mais objetividade nas relações e abrirmos mão da busca do amor romântico do Século XVI.

SEXUALIDADE

Ela começa por salientar a importância que há em desmistificar o tema. Sexualidade é construção social e foi reinventada diversas vezes ao longo da história da humanidade. As verdades mudam, como havia o kama sutra no Oriente, o pecado católico, a guerra dos sexos e o poder do não por parte das mulheres são exemplos disso.

Ela falou ainda que o sexo não existe para desenvolver carinho mas sim para buscar prazer, descarga orgástica, acionar mecanismos físicos-químicos de prazer e saúde (os órgãos sexuais sofrem alterações profundas, sendo que a excitação provoca reações vasculares, neurológicas, musculares e hormonais. a relação sexual favorece a produção de endorfina, serotonina e dopamina, substâncias antidepressivas. Melhora a circulação sangüínea, favorece a oxigenação de todos os órgãos, queima calorias, diminui o estresse e é um excelente exercício para o coração. Durante o ato sexual, ocorre uma descarga de adrenalina que aumenta a freqüência cardíaca. O sangue circula por todo o corpo, estimulando a irrigação. No momento do orgasmo, a liberação de endorfina relaxa as paredes dos vasos, o que facilita a fluidez do sangue e diminui o risco de enfartes e derrames provocados pelo entupimento das veias.

Nesta fase, as artérias dilatam-se absorvendo maior quantidade de oxigênio.O esforço físico exigido pela atividade sexual tonifica os músculos e libera tensões. A ginástica que se faz desde as preliminares até ao orgasmo ajuda a fortalecer os glúteos, as pernas e o abdômen. Durante um ato sexual intenso, com duração de 15 minutos, podem ser queimadas até 300 calorias.

O orgasmo funciona também como trégua para a ansiedade dos períodos de pressão pessoal e profissional. A região pélvica é uma área que precisa de exercício, pois seu enfraquecimento aumenta o processo de queda da bexiga (prolapso). O orgasmo provoca entre cinco a doze contrações de musculatura perineal). Costuma-se vincular sexo com amor, que são coisas diferentes: um é necessidade física e o outro, construção social. Telma disse ainda para termos atenção que a cultura e a sexualidade são mecanismos de controle. Mostrou que as mulheres tem um lugar corporal específico para o orgasmo – clitóris, mas que a grande maioria das mulheres não conhece, não utiliza.

MATERNIDADE

A maioria das mulheres cai no mito da super-mãe que tudo pode. A onipotência pode trazer o outro lado da moeda, que é impotência e a superproteção pode levar pra negligência.

Amar e cuidar são coisas diferentes de controlar/castigar.

O amor na maternidade implica justamente em frustar os filhos e prepará-los para a vida. As mães que muito cuidam de seus filhos, muito controlam. Também perceber que há espaço para que as mulheres sejam, sem que necessariamente assumam papéis de maternidade. Hoje uma mulher pode estar muito bem como profissional, muito bem com um companheiro, muito bem sem filhos.

INTEIREZA

Dentro destas novas realidades e novos cenários a psicóloga Telma trouxe como exemplo final que nós, mulheres do Século XXI, temos um guarda roupas repleto de modelos de roupas (vestidos, calças, saias, lingeries), de todas as cores, enquanto que nossas avós abriam seus guarda roupas e encontravam apenas dois modelos: o branco do vestido da noiva e o preto, representativo do luto da viúva.

A mulher do Século XXI quer ser inteira, quer ser respeitada, quer poder viver em família, com ou sem homens, com ou sem filhos, hetero ou homoafetivamente, sem que ninguém lhe culpe por suas escolhas.

Temos mais angústias, mais opções, mais responsabilidades, mas podemos muito mais.

Por isso, reafirmo para as novas MOIRAS, as mulheres que nos leem as seguintes reflexões:

    • não viva no lugar da vítima. seja protagonista da sua história
    • faça alianças com os homens. eles não são inimigos
    • não se sobrecarregue. saiba abrir mão de alguns papéis
    • assuma somente o que você dará conta
    • escolha envolve perda
    • quanto maior variedade de escolhas, maior é a angústia
    • relação entre homem e mulher deve ser de afeto e troca
    • seja menos interpretativa e mais objetiva
    • tenha orgasmos com o parceiro, tenha sexo consigo mesma
    • você pode ser mãe ou não.
    • educar é, muitas vezes, frustrar o filho

(anotações feitas por mim no auditório da ACIF em evento da BPW em 04 de abril de 2012)

Fonte: http://advogadaemflorianopolis.blogspot.com.br/2012/04/reflexoes-sobre-as-mulheres-do-seculo.html

Autora: Rosane Magaly Martins | 9 de abril de 2013 às 21:47

Mulheres que Brilham

Galeria

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O Prêmio Mulheres que Brilham foi promovido pela empresa Macassá, de Florianópolis, em comemoração ao Mês da Mulher em 2013. Com o voto dos amigos e conhecidos que fiz pela vida afora, conquistei o primeiro lugar. Muito obrigado!        

Juliana Wosgraus: Dever de perpetuar o amor e o respeito

Telma Lenzi é nome de peso em Santa Catarina quando o assunto é psicologia em busca de relações mais saudáveis.

Natural de Itajaí, casada, mãe de dois filhos que escolheram a mesma carreira, ela mora em Floripa há 35 anos e coordena, desde 2007, as atividades do Instituto Movimento, atendendo pessoas envolvidas em situações de violência e oferecendo formação especializada a psicólogos de todo o Brasil, que se interessam pela visão sistêmica.

Nas palavras da própria Telma, “a visão sistêmica é um olhar mais amplo sobre os fatos. Ou seja, não enxergar uma situação com apenas causa e efeito. Todos nós somos responsáveis por impedir que nossa vida se transforme numa barbárie e temos o dever de perpetuar o amor e o respeito, ao invés de maus sentimentos”.

A psicóloga se destaca pela atuação frente à Associação Instituto Movimento, a Assim, que já realizou mais de mil atendimentos a crianças, adolescentes e adultos de famílias de baixa renda. Por esse trabalho, a entidade ganhou diversos prêmios e foi reconhecida como sendo de utilidade pública municipal e estadual.

Entrevista:


Como foi sua trajetória até se tornar referência em sua profissão no Estado?
Foi uma questão de contexto e de escolhas que fiz diante das situações vividas. Sempre fui curiosa e atenta às demandas sociais e emocionais. Graduei-me em 1982, na primeira turma de Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A questão de ser pioneira traz uma escolha entre não conseguir visualizar um caminho à frente ou ousar.

Você acabou sendo pioneira em muitas ações…
Não sou de esperar, de ter calma. Sempre tive pressa de viver o que está vindo. Em 1983, entrei no Hospital Universitário e montei um serviço diferente, pioneiro e criativo de psicologia na pediatria e que, sem a pretensão de ser, tornou-se referência nacional. Depois, criei o primeiro curso de formação na teoria sistêmica, trazendo profissionais de outros estados e, mais tarde, fundei uma clínica social que, em 2007, se transformou na Assim, uma ONG que presta atendimento gratuito.

O tema violência doméstica ainda é tabu. Como trazer o problema à tona sem prejudicar mais suas vítimas?
Um tabu vem carregado de medo, opressão, culpa e manipulação. Precisamos dissolvê-lo aos poucos para não perpetuarmos o ciclo da violência. A primeira coisa a fazer é não fugir do assunto, não compactuar com as pequenas violências cotidianas. É preciso estudar a questão para entendê-la como um fenômeno social, não como um problema de quem a pratica. Queremos trazer esse entendimento e quebrar crenças populares como a de que em briga de marido e mulher ninguém mete a colher”.

As mulheres sofrem mais com a violência? Qual a explicação?
Mulheres e crianças. A crença social do patriarcado – na qual o homem tem poder sobre a mulher e os filhos – ainda resiste, fazendo com que crimes de defesa da honra aconteçam todos os dias. Por mais que pensemos em relações igualitárias e democráticas, na intimidade, no descontrole das emoções, prevalece a lei da dualidade e hierarquia: o mais forte e o mais fraco, o mais rico e o mais pobre etc.

A violência não escolhe classe social. Quando é mais difícil expor e resolver essa situação?
Em qualquer casal ou família envolvidos em relações de violência, a dor é devastadora, e o silêncio, de igual tamanho. Já se sabe o dano emocional e o custo para o tratamento. Até que o assunto venha à tona, muito mal já causou a todos os membros da família. Em qualquer classe social, ele é negado e difícil de expor. Nas classes mais altas, a vítima pode se intimidar pelo preconceito e o risco de escândalos que venham a abalar seu status.

Na visão sistêmica, temos de compreender tanto a posição do agressor quanto a do agredido. Como explicar isso?
A visão sistêmica entende as causas do fenômeno da violência como multifatoriais. Desta forma, precisa ser abordado em diferentes instâncias (policial, jurídica, social, médica e emocional) para obtermos resultados positivos, já que os meios usados até hoje se mostraram ineficientes. Violência é crime e precisa ser contida e punida. Mas como evitá-la? Violência é um padrão aprendido para resolver conflitos. Se aprendemos, podemos reaprender a utilizarmos meios pacíficos para negociações.

Fonte:http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/variedades/donna/noticia/2013/03/juliana-wosgraus-dever-de-perpetuar-o-amor-e-o-respeito-4060590.html

 

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Fazer o Bem Faz Bem

A cada nova madrinha ou padrinho um novo cliente recebe atendimento psicológico gratuito na ASSIM.

Você quer alguns bons motivos para participar da ASSIM, como madrinha ou padrinho, ajudando uma ação do bem? Porque motivos humanitários, ideológicos, políticos, éticos, emocionais, ainda não lhe tocaram? Sua responsabilidade social ainda não despertou? Tudo certo. Cada um a seu tempo.

Mas se você se preocupa um pouco com você mesmo, então deixa eu tentar um ângulo diferente: pesquisas mostram que praticar o bem traz benefícios para a saúde física e psicológica. É bom para o coração, o sistema nervoso, o sistema imunológico, aumenta a vitalidade de um modo geral. Realizar regularmente trabalho voluntário aumenta a expectativa de vida.

Ao fazer o bem, despertamos gratidão e afeto, sentimentos que nos provocam uma sensação de bem estar, que atua como um “antidepressivo natural”.

Fazer o bem faz bem para quem o faz. Se não for pelo outro, faça por você.  E você estando melhor no mundo, tudo em sua volta melhora. E quando melhoramos a nós e nossos vínculos, a tal recursividade do bem nos alcança e nos contagia.  Gentileza gera gentileza. É uma onda suave, você não vai perceber. Se perceber vai gostar.

E se gostar vai saborear a intenção afetiva desta pratica aparecendo suavemente como responsabilidade relacional.

É preciso fazer assim, cada um a seu modo, com respeito a seus limites.

Mas precisamos ser responsáveis pelo nosso mundo interior e nosso mundo em que vivemos. É assim algo que começa simples seja por qual caminho for.

Assim você experimentara a experiência de, ao se doar, sentir gratidão. Assim, verá que fazer o bem potencializa o outro e diminui relações de poder. Assim você fará parte de um coro: Trabalhamos por um mundo melhor! Assim você estará criando esperança.

Venha!  ASSIM e você, madrinha ou padrinho, juntos participando desta construção de um mundo com menos sofrimento emocional.

Telma Lenzi | 2013