Cheguei nos 60.
Que bom que sobrevivi a uma infância marcada pela ansiedade da morte anunciada do meu pai aos 10 anos.
Que bom que resolvi deixar minha cidade, Itajaí e fui atrás do meu sonho de ser Psicóloga em Florianópolis aos 20 anos.
Que força me acompanhou quando, ao mesmo tempo em que me tornava mãe, fazia parte do nascer e crescer da Teoria Sistêmica, do Instituto Movimento no estado, aos 30 anos.
Aos 40 eu senti meu caminho de separações, divórcio. Tanta coisa não fazia sentido e eu banquei.
Sabia o que o meu sentir queria: cuidar, servir, oportunizar, empoderar. Só não sabia que ia ser um trecho tão árduo. Mas segui firme meu propósito: criar uma ONG, ser uma Terapeuta mais alinhada com seu tempo e sua comunidade.
E quanta gratidão tenho de ter sobrevivido, aos 50, a um câncer de mama. Um mês depois da cirurgia estava recebendo a Medalha Joana de Gusmão por serviços prestados à comunidade como presidente da ONG Assim – Associação Instituto Movimento.
E com a alma plena fiz o “Discurso da Medalha” (que está no meu site) bancando a diferença entre bondade, filantropia e empoderamento de pessoas em seus recursos e direitos.
Hoje chego aos 60 com gratidão pelo meu itinerário, pelas minhas escolhas e pelas pessoas que a vida colocou no meu caminho, que me ajudaram nesse eterno TORNAR-ME. Desde a família de onde vim, aos filhos parceiros tão especiais que tenho, à minha equipe, meus clientes, estudantes e amigos.
Da mesma forma sou profundamente grata a meus Personagens Internos, meu auditório próprio de reflexões, diálogos e ações no mundo. Do General à minha Deusa interior, passando pela minha Criança, Terapeuta, Silvia, All Mother e tantos outros que formam e formarão a multiplicidade do meu eu.
Estou feliz, consciente da minha idade e ciclo de vida e disponível para as novas aprendizagens e aventuras que a vida me presentear.
Sim, eu vivi o que foi me oferecido pra viver e sigo.
Só gratidão no coração 🙏
Telma Lenzi
15/07/2019