Juliana Wosgraus: Dever de perpetuar o amor e o respeito

Telma Lenzi é nome de peso em Santa Catarina quando o assunto é psicologia em busca de relações mais saudáveis.

Natural de Itajaí, casada, mãe de dois filhos que escolheram a mesma carreira, ela mora em Floripa há 35 anos e coordena, desde 2007, as atividades do Instituto Movimento, atendendo pessoas envolvidas em situações de violência e oferecendo formação especializada a psicólogos de todo o Brasil, que se interessam pela visão sistêmica.

Nas palavras da própria Telma, “a visão sistêmica é um olhar mais amplo sobre os fatos. Ou seja, não enxergar uma situação com apenas causa e efeito. Todos nós somos responsáveis por impedir que nossa vida se transforme numa barbárie e temos o dever de perpetuar o amor e o respeito, ao invés de maus sentimentos”.

A psicóloga se destaca pela atuação frente à Associação Instituto Movimento, a Assim, que já realizou mais de mil atendimentos a crianças, adolescentes e adultos de famílias de baixa renda. Por esse trabalho, a entidade ganhou diversos prêmios e foi reconhecida como sendo de utilidade pública municipal e estadual.

Entrevista:


Como foi sua trajetória até se tornar referência em sua profissão no Estado?
Foi uma questão de contexto e de escolhas que fiz diante das situações vividas. Sempre fui curiosa e atenta às demandas sociais e emocionais. Graduei-me em 1982, na primeira turma de Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A questão de ser pioneira traz uma escolha entre não conseguir visualizar um caminho à frente ou ousar.

Você acabou sendo pioneira em muitas ações…
Não sou de esperar, de ter calma. Sempre tive pressa de viver o que está vindo. Em 1983, entrei no Hospital Universitário e montei um serviço diferente, pioneiro e criativo de psicologia na pediatria e que, sem a pretensão de ser, tornou-se referência nacional. Depois, criei o primeiro curso de formação na teoria sistêmica, trazendo profissionais de outros estados e, mais tarde, fundei uma clínica social que, em 2007, se transformou na Assim, uma ONG que presta atendimento gratuito.

O tema violência doméstica ainda é tabu. Como trazer o problema à tona sem prejudicar mais suas vítimas?
Um tabu vem carregado de medo, opressão, culpa e manipulação. Precisamos dissolvê-lo aos poucos para não perpetuarmos o ciclo da violência. A primeira coisa a fazer é não fugir do assunto, não compactuar com as pequenas violências cotidianas. É preciso estudar a questão para entendê-la como um fenômeno social, não como um problema de quem a pratica. Queremos trazer esse entendimento e quebrar crenças populares como a de que em briga de marido e mulher ninguém mete a colher”.

As mulheres sofrem mais com a violência? Qual a explicação?
Mulheres e crianças. A crença social do patriarcado – na qual o homem tem poder sobre a mulher e os filhos – ainda resiste, fazendo com que crimes de defesa da honra aconteçam todos os dias. Por mais que pensemos em relações igualitárias e democráticas, na intimidade, no descontrole das emoções, prevalece a lei da dualidade e hierarquia: o mais forte e o mais fraco, o mais rico e o mais pobre etc.

A violência não escolhe classe social. Quando é mais difícil expor e resolver essa situação?
Em qualquer casal ou família envolvidos em relações de violência, a dor é devastadora, e o silêncio, de igual tamanho. Já se sabe o dano emocional e o custo para o tratamento. Até que o assunto venha à tona, muito mal já causou a todos os membros da família. Em qualquer classe social, ele é negado e difícil de expor. Nas classes mais altas, a vítima pode se intimidar pelo preconceito e o risco de escândalos que venham a abalar seu status.

Na visão sistêmica, temos de compreender tanto a posição do agressor quanto a do agredido. Como explicar isso?
A visão sistêmica entende as causas do fenômeno da violência como multifatoriais. Desta forma, precisa ser abordado em diferentes instâncias (policial, jurídica, social, médica e emocional) para obtermos resultados positivos, já que os meios usados até hoje se mostraram ineficientes. Violência é crime e precisa ser contida e punida. Mas como evitá-la? Violência é um padrão aprendido para resolver conflitos. Se aprendemos, podemos reaprender a utilizarmos meios pacíficos para negociações.

Fonte:http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/variedades/donna/noticia/2013/03/juliana-wosgraus-dever-de-perpetuar-o-amor-e-o-respeito-4060590.html

 

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Fazer o Bem Faz Bem

A cada nova madrinha ou padrinho um novo cliente recebe atendimento psicológico gratuito na ASSIM.

Você quer alguns bons motivos para participar da ASSIM, como madrinha ou padrinho, ajudando uma ação do bem? Porque motivos humanitários, ideológicos, políticos, éticos, emocionais, ainda não lhe tocaram? Sua responsabilidade social ainda não despertou? Tudo certo. Cada um a seu tempo.

Mas se você se preocupa um pouco com você mesmo, então deixa eu tentar um ângulo diferente: pesquisas mostram que praticar o bem traz benefícios para a saúde física e psicológica. É bom para o coração, o sistema nervoso, o sistema imunológico, aumenta a vitalidade de um modo geral. Realizar regularmente trabalho voluntário aumenta a expectativa de vida.

Ao fazer o bem, despertamos gratidão e afeto, sentimentos que nos provocam uma sensação de bem estar, que atua como um “antidepressivo natural”.

Fazer o bem faz bem para quem o faz. Se não for pelo outro, faça por você.  E você estando melhor no mundo, tudo em sua volta melhora. E quando melhoramos a nós e nossos vínculos, a tal recursividade do bem nos alcança e nos contagia.  Gentileza gera gentileza. É uma onda suave, você não vai perceber. Se perceber vai gostar.

E se gostar vai saborear a intenção afetiva desta pratica aparecendo suavemente como responsabilidade relacional.

É preciso fazer assim, cada um a seu modo, com respeito a seus limites.

Mas precisamos ser responsáveis pelo nosso mundo interior e nosso mundo em que vivemos. É assim algo que começa simples seja por qual caminho for.

Assim você experimentara a experiência de, ao se doar, sentir gratidão. Assim, verá que fazer o bem potencializa o outro e diminui relações de poder. Assim você fará parte de um coro: Trabalhamos por um mundo melhor! Assim você estará criando esperança.

Venha!  ASSIM e você, madrinha ou padrinho, juntos participando desta construção de um mundo com menos sofrimento emocional.

Telma Lenzi | 2013

Violência doméstica: entrevista à RIC Record

Um levantamento feito no ano passado mostra que 65% dos casos contra crianças e adolescentes são cometidos pelos próprios pais, padrastos, tios ou avós.

Na mesma pesquisa, o Brasil ficou em 7º lugar como país que mais mata mulheres no mundo.

Por isso, o Instituto Movimento traz para Florianópolis um curso sobre educação para igualdade nas relações.

Veja a entrevista da psicóloga e diretora do Instituto Movimento – Clínica e Escola de Psicologia Sistêmica, Telma Lenzi, ao SC no Ar de hoje, na RIC Record.

Telma Lenzi falou sobre violência doméstica e o Curso Educação para Igualdade nas Relações. 

Assista: http://ricmais.com.br/sc/videos/?categoria=1&video=10691aa4c7abacab61b854024b488ebc

 

Por uma sociedade menos violenta

Confira a opinião de Telma Lenzi, psicóloga e diretora do Instituto Movimento – Clínica e Escola de Psicologia Sistêmica, publicada hoje no Diário Catarinense.

Conheça mais sobre a visão sistêmica no Curso Educação para Igualdade nas Relações, no próximo dia 23/02, em Florianópolis. Inscrições pelo fone: (48)3223-3598.

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Violência intrafamiliar e de gênero é tema de curso em Florianópolis

Com iniciativa do Instituto Movimento, no próximo dia 23 de fevereiro, Florianópolis recebe o Curso Educação para Igualdade nas Relações, ministrado por Carlos Eduardo Zuma, psicólogo e secretário executivo do Instituto Noos, que influenciou na elaboração da Lei Maria da Penha, através de seu trabalho com homens que agrediram mulheres.

Além de ser aberto a pessoas que possam estar vivendo alguma situação de violência, o curso também é voltado a “multiplicadores”.

Ou seja, profissionais de diversas frentes que atuam direto com as pessoas envolvidas nesses atos, o curso vai debater: com quais recursos esses multiplicadores, profissionais da área da saúde, assistência social, educação, segurança e justiça, podem contar para lidar com os envolvidos em situações de violência intrafamiliar? Uma educação voltada para a igualdade entre os gêneros parece ser um caminho promissor. Mas como torná-la uma realidade?

E ninguém melhor gabaritado para aprofundar o tema e apontar algumas direções, como o psicólogo Carlos Eduardo Zuma. Ele é cofundador do Instituto Noos, finalista da edição de 2010 do Prêmio Empreendedor Social da Folha de SP, membro da Sociedade Internacional para Prevenção do Abuso e Negligência Infantil e influenciou na elaboração da Lei Maria da Penha, além de integrar a Secretaria Executiva da Rede Não Bata, Eduque.

O evento acontece no Cambirela Hotel, a partir das 8h30 do próximo dia 23/02. A duração do curso é de 8 (oito) horas. Mais informações e inscrições pelo telefone: (48) 3223-3598.

Serviço

Curso: Educação para Igualdade nas relações.

Quando: 23/02 (sábado) – Das 8h30 às 12h e das 13h30 às 18h.

Onde: Cambirela Hotel – Av. Marinheiro Max Schramm, 2199. Estreito, Florianópolis – SC.

 Inscrições: (48)3223-3598.

Fonte: http://wp.clicrbs.com.br/espacodotrabalhador/2013/02/06/violencia-intrafamiliar-e-de-genero-e-tema-de-curso-em-florianopolis/?topo=52%2C2%2C18%2C%2C284%2Ce284

Prêmio Mulheres que Fazem a Diferença 2012

O Prêmio

Instituído pela Resolução do Conselho Superior da ACIF número: RCS Nº 03 de 11/11/2009, o Prêmio Mulheres que Fazem a Diferença é uma parceria entre a Câmara da Mulher Empresária de Florianópolis, Associação Comercial e Industrial de Florianópolis – ACIF e Federação das Associações Comerciais e Industriais de Santa Catarina – FACISC. O objetivo do Prêmio é selecionar e premiar relatos da vida de mulheres que se destacaram em diferentes áreas de atuação, reforçando a importância do seu papel na sociedade, além de aproximar as entidades representativas dos setores de Negócios, Terceiro Setor e Poder Público.

A promoção e organização do Prêmio Mulheres que Fazem a Diferença são de responsabilidade da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis, através de sua Câmara da Mulher Empresária. A comissão organizadora é soberana para deliberar sobre todos os aspectos do prêmio, segundo o Regulamento disponibilizado neste site.

Este prêmio é uma realização da Câmara da Mulher Empresária da ACIF, tendo como Equipe Técnica envolvida:

    Coordenação Geral: Fátima Adriano Caponi
    Coordenadora Secretária: Joisiane Dias
    Coordenadora de Orçamento e Finanças: Leila Morche Wagner
    Coordenadora de Eventos: Rita Vasconcelos
    Coordenadora de Comunicação: Josiany Salache
    Coordenadora da Comissão Julgadora: Luciana Boeing
    Consultor de Apoio: Priscila Borges

 

Inscritas 2012

Câmara da Mulher Empresária da ACIF divulga lista de candidatas ao Prêmio Mulheres Que Fazem a Diferença

Com o objetivo de destacar cases de sucesso de mulheres nas categorias Negócios, Poder Público e Terceiro Setor, o Prêmio Mulheres Que Fazem a Diferença é uma iniciativa da Câmara da Mulher Empresária da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (ACIF). Nessa edição, 32 candidatas concorrem à premiação.

A partir de agora, os cases serão submetidos a uma Comissão Julgadora, formada por entidades convidadas, membros da Imprensa e representantes legais das categorias de cada uma das categorias da premiação.

A cerimônia de entrega do Prêmio acontece em março de 2013, no Teatro Álvaro de Carvalho (TAC).

Negócios

Adriana M.Clereci Krauss
Amanda Reitenbach
Celiane Gonçalves
Daniela Fraga Pires
Eunice Schlieck
Ivonete Steinbach Garcia
Janay Cristina Goulart
Juliana Pippi
Lorena Sotopietra Nolasco
Mari Ferraz
Maria Camila Araujo Cintra Tarikian
Maria Carolina Jorge de Linhares
Maria da Graça Paes
Paula Borges Lins
Roberta de Almeida Silva
Rose Macedo Coelho
Stela Mansur
Suzana de Souza Coelho

 

Terceiro Setor

Arlete das Graças Torri
Carla Fey
Cléia Bernardete Fritzke Abdalla (Colégio Catarinense)
Elizena Prado Becker
Karoline M Meyer
Leoni Margarida Simm
Marcia Helena Blini Barbosa
Miriam Braga
Telma Lenzi

Poder Público


Eva Maria Seitz
Neide Schulte
Salete Silva Sommariva
Vera Regina Fernandes

 

Telma Pereira Lenzi

Telma tem 53 anos de idade e é especialista em Psicologia Sistêmica de Casais, Famílias, Indivíduos, Grupo, e Sexualidade Humana.

Psicoterapeuta, Professora e Palestrante. Formada na 1ª Turma de Psicologia da UFSC, em 1982, Telma logo percebeu seu desejo: ajudar o mundo e as pessoas a viverem melhor.

A Psicologia, na época, era voltada para a elite e para os loucos, e ela jurou mudar tal realidade para que esta ciência estivesse ao alcance de todos, libertando as pessoas do sofrimento emocional.

Diretora Geral do instituto Movimento, que especializa alunos em Psicologia Sistêmica, foi em 2002 que percebeu, de um lado, uma extensa lista de espera de pessoas carentes buscando atendimento psicológico e, do outro, uma de ex- alunos do seu curso de formação, que passavam de 100. Pediu a cada ex-aluno que atendesse gratuitamente estas pessoas, e a força desta ideia fez nascer a Ong ASSIM – Associação Instituto Movimento, da qual é a presidente.

A ASSIM presta atendimento psicológico gratuito para pessoas de baixa renda da grande Florianópolis, e seu primeiro grupo terapêutico foi para mulheres vítimas de violência. Homenageada com a medalha Joana de Gusmão (filantropia) em 2011, Telma decidiu recentemente ampliar o alcance do seu trabalho através de palestras e da mídia televisiva.

O Prêmio Mulheres Que Fazem a Diferenca 2012 foi entregue no dia 6 de marco de 2013. Telma Lenzi ficou em segundo lugar. E agradece!

Feliz da Vida no Trabalho

Algumas atitudes simples podem deixar a sua rotina no seu emprego muito mais prazerosa

Na hora de ir trabalhar, todos os dias, você vai pensando se gosta ou não gosta do que faz? Se pararmos para pensar, ficamos mais de um terço do dia em nossas funções. Muitas vezes, temos mais contato com amigos do escritório do que com nossa própria família. Torna-se comum que nosso ambiente profissional vire a nossa segunda casa. Para que a gente possa aproveitar o tempo que passamos no nosso emprego, sentindo-se feliz em fazer aquilo que fazemos, algumas atitudes são fundamentais. Pensando em você se destacar e crescer no seu emprego, a Revista Sidesc vai lhe dar algumas dicas para o sucesso.

Mude a sua vida!

Olhe para os lados e veja quantas pessoas estão ao seu redor. Para que, então, todos trabalharem separados se, às vezes, um pode ajudar o outro? A ideia principal do trabalho em grupo é se unir para que o resultado final de toda a equipe melhore.

“Para trabalhar em conjunto com as pessoas do seu emprego, é necessário que você abra a sua cabeça para as novas possibilidades que existem. Temos que aceitar o ponto de vista do outro, mesmo se discordamos, pois cada um tem o direito de enxergar a situação de seu ângulo”, conta a psicóloga Telma Pereira Lenzi. “O principal é estar aberto para colaborar, sem se isolar e resolver tudo sozinho.”

Pessoas pensando juntas podem resolver problemas maiores mais rapidamente”, completa. Outra dica para o crescimento profissional é ter em mente seus objetivos para saber como você vai chegar aonde quer. Mais do que falar “Eu quero virar o chefe do setor em dois meses”, planejar é saber o que você quer ser no futuro e fazer planos para chegar lá. Fazer as coisas da forma mais longa, às vezes garante que você está seguindo o caminho correto, sem passar por cima de ninguém. “As ações certas levam aos resultados corretos”, lembra Telma.

Fonte: http://www.sidesc.com.br/sidesc/noticias-financas.php?idnoticia=321

Autor: Diego Macieiras

Encontro na Capital debate o enfrentamento à violência doméstica e de gênero

A violência contra mulheres e crianças ainda é uma triste realidade no Brasil.
No Mapa da Violência de 2012, o País ficou em 7º lugar entre os que mais matam mulheres e dessas, 70% foram mortas dentro da sua própria casa pelos companheiros. Cerca 65% dos atos violentos contra crianças e adolescentes cometidos no último ano tiveram como autores os próprios pais, padrastos, tios e avôs. Em Santa Catarina, em 10 anos, o número de homicídios de crianças e adolescentes mais que dobrou. Passou de 56 (2000) para 119 (2010).
Com iniciativa do Instituto Movimento, no próximo sábado (23/02), Florianópolis recebe o Curso: Educação para Igualdade nas Relações, ministrado por Carlos Eduardo Zuma, psicólogo e secretário executivo do Instituto Noos, que influenciou na elaboração da Lei Maria da Penha, através de seu trabalho com homens que agrediram mulheres.
Além de ser aberto a pessoas que possam estar vivendo alguma situação de violência, o curso também é voltado a “multiplicadores”. Ou seja, profissionais de diversas frentes que atuam direto com as pessoas envolvidas nesses atos, o curso vai debater: Com quais recursos esses multiplicadores, profissionais da área da saúde, assistência social, educação, segurança e justiça, podem contar para lidar com os envolvidos em situações de violência intrafamiliar? Uma educação voltada para a igualdade entre os gêneros parece ser um caminho promissor. Mas como torná-la uma realidade?
E ninguém melhor gabaritado para aprofundar o tema e apontar algumas direções, como o psicólogo Carlos Eduardo Zuma. Ele é cofundador do Instituto Noos, finalista da edição de 2010 do Prêmio Empreendedor Social da Folha de SP, membro da Sociedade Internacional para Prevenção do Abuso e Negligência Infantil e influenciou na elaboração da Lei Maria da Penha, além de integrar a Secretaria Executiva da Rede Não Bata, Eduque.
Mesmo que a mídia e autoridades pareçam estar mais atentas a casos de violências no lar, no trabalho e na escola, nosso País ainda caminha a passos lentos a uma realidade totalmente diferente. Não podemos achar normal que um gênero domine o outro e nem relaxar enquanto uma única criança passe por traumas irreversíveis na infância. Por outro lado, não podemos encarar o agressor como um monstro, mas sim como alguém que precisa de ajuda. Na maioria das vezes, o agressor já foi vítima”, destaca Telma Pereira Lenzi, diretora do Instituto Movimento, responsável pela realização do Curso: Educação para Igualdade nas relações.
O evento acontece no Cambirela Hotel, a partir das 8h30 do próximo dia 23/02. A duração do curso é de 8 (oito) horas. Mais informações e inscrições pelo telefone: (48) 3223-3598.

Eu Agradeço – Discurso da Medalha

Meu discurso por ocasião da solenidade de entrega da Medalha Joana de Gusmão, concedida pela Câmara de Vereadores de Florianópolis em 2009:

Uma reflexão sobre bondade, Filantropia e Responsabilidade Social.

A Responsabilidade Social é uma escolha pessoal e emocional de fazermos algo pelo mundo em que vivemos.

Cabe ao governo e cabe a cada um de nós. São momentos na vida em que ficamos diante de uma escolha entre frustrar o mundo e não agirmos, ou fazermos algo que crie esperança.

Mas não é simples praticar a Responsabilidade Social.

Será que praticamos a filantropia com amor e bondade verdadeira? Sabemos a diferença entre o bem e o mal?

Na maioria das vezes não temos clareza quando praticamos o mal. Ele é normalmente feito em nome do bem.

Todo mundo quer ser bom. Ser reconhecido como alguém que pratica o bem.

Mas será que conhecemos o compromisso com verdadeiras mudanças estruturais do ponto de vista social, político e econômico?

Ações paliativas mascaram o que realmente precisa ser feito, perpetuando a situação que originou o desequilíbrio, não mobilizando mudanças.

Ações bem intencionadas, mas ineficazes, sem continuidade podem provocar mais mal que bem. Posturas que reproduzem situações de desigualdade ou preconceito, não modificam as causas geradoras da injustiça.

Mas nós não escolhemos a reclamação passiva feita em confortáveis poltronas da nossa zona de conforto ou cadeiras burocráticas, sobre a fragilidade do futuro das políticas públicas. Fomos fazer a nossa parte enquanto cidadãos. E hoje estamos diante dessa homenagem, deste reconhecimento.

Mas como podemos praticar o bem sem ingenuidade, colaborando com a mudança social, política e econômica?

Praticar o bem é:

  • Não contribuir para cristalizar posições opostas como a de quem dá e a de quem recebe.
  • Agir com atitudes que pressupõe respeitar o direito do outro de dizer não. Considerar e dar validade às soluções que o outro apresenta.
  • Contribuir para que o outro saia do papel passivo de mero receptor do bem, ganhando dignidade e voz ativa – o exercício da cidadania.
  • Praticar o bem é dizer não ao discurso de estímulo à caridade que congela quem recebe numa incômoda posição de permanente devedor.
  • Romper o jogo de poder, onde quem dá tem o direito de ditar as regras do jogo, arbitrariamente.
  • Praticar o bem é não se julgar com vaidade: sou bom, sou santo.

A bondade consciente:

  • Não é usada para suprir nossas carências de afeto, ou as carências de afeto de outras pessoas.
  • Só é possível depois que conhecemos a nós mesmo e aceitamos nosso lado mais sombrio, nossa própria agressividade e destrutividade.
  • A bondade consciente é uma conquista lenta e interna: é espiritual.
  • Ela só pode ser exercida plenamente quando não encobre desejos de manipulação.

Você pratica a filantropia, é voluntário por algum outro desejo que não seja doação? Se você quer fazer carreira profissional, carreira política ou carreira de santo, por favor, escolha o caminho de se profissionalizar e abra mão do jogo da manipulação.

O ser humano é o ser que anseia por amar e agir com justiça.

Portanto hoje, mais do que o reconhecimento de nossas ações, agradecemos sim, a oportunidade de nos sentirmos mais dignos de nossa complexa condição humana, nossa luta e nossos ideais.

Sim. Precisamos imaginar e nos responsabilizar por um mundo melhor!

Eu agradeço!

Telma Lenzi | 18 de agosto de 2010

 

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