O Mundo Pós-Pandemia – Não voltaremos iguais mas podemos voltar melhores!

O Mundo Pós-Pandemia – Não voltaremos iguais mas podemos voltar melhores!

Não voltaremos à vida como era antes. O mundo não será mais o mesmo. Também não seremos os mesmo de antes. Será?

Ou logo esqueceremos as aprendizagens que vivenciamos no isolamento e, aos poucos, voltaremos a rodar na velha cultura capitalista e de consumo.

Agora eu nem preciso de carro. E depois? Vou voltar a querer um carro zero daquele modelo da moda?

Muito se fala, mas não temos ideia do Novo Normal, termo que estão usando para falar da vida que nos espera no Mundo Pós-Pandemia.

Não sei o que virá, mais um pouco sei de mim. Sei que sou otimista e tenho fé na humanidade.

Me inspiram os processos históricos e as mudanças sociais, das manifestações pelo respeito às singularidades que estamos vendo crescer em todas as áreas.

Também não acredito e nem gosto das grandes revoluções, das rupturas que, em nome da aceleração dos processos, atropelam as culturas.

Sou paciente, não tenho pressa com os processos e tenho fé neles. Gosto do micro. Das micro práticas de transformação.O caminho mais lento e de resultados mais duradouros. Onde cada um pode se comprometer em suas práticas cotidianas para iniciar uma diferença no mundo em que vivemos.

Alguns atos e conexões me inspiram a acreditar que não voltaremos ao mesmo nível de conhecimento e ações anteriores:

  • Valor maior dado para a ciência e a informação fundamentada.
  • Passamos a considerar heróis os profissionais da saúde e não mais os soldados de guerra. Profissionais da saúde salvam vidas, soldados matam pessoas.
  • Os investimentos pessoais mais buscados são na saúde, e no conhecimento.
  • Uma verdade é que desaceleramos. Menos gastos, menos excessos. Mais autonomia na lida doméstica de alimentação e manutenção das nossas casas.
  • O trabalho não é mais preferencialmente presencial. Em poucos dias essa realidade mudou. Foco no trabalho remoto. Redução de custo, de deslocamento, de transporte público, maior produtividade. Com menos gente circulando,  menor a poluição e a natureza agradece mostrando sinais de recuperação.
  • As pessoas e empresas que se destacam são por suas ações solidárias à crise, criando exemplos e boas memórias na coletividade.
  • Visibilidade para os invisíveis: O país das grandes desigualdades olhou para essa realidade: ¼ dos brasileiros ganham menos que ½ salário mínimo.
  • Nunca se doou tanto. Recorde histórico de doação no Brasil: + de $ 3,2 bilhões.
  • Entendemos finalmente que, ou saímos todos juntos ou ninguém sai dessa crise nacional, mundial. Prosperidade real é prosperar junto.
  • A população entendeu que o SUS tem seu valor, é importante.
  • Que o governo tem obrigações com os menos favorecidos, que o homem não é Deus, só faz parte do eco sistema, não reina soberano sobre nada.

O legado da Pandemia é a colaboração.

Diante de um inimigo comum global, estamos oferecendo empatia, amor, compaixão através de iniciativas sociais de todos os tipos, desde olhar para os nossos vizinhos com solidariedade, até entretenimento e cursos gratuitos  doados por empresas engajadas, para estimular o  “Fica em casa” para quem puder ficar.

O legado da Pandemia é a percepção  do que é essencial.

Abundância é mais do que precisamos.

A escassez é menos do que precisamos.

Entre esses dois conceitos existe o suficiente, o essencial, o que precisamos e nada mais.

O resultado dessas mudanças sociais que queremos ver no mundo que virá vai depender de nossa capacidade de reflexão e compreensão dos acontecimentos, dos posicionamentos da sociedade civil, das atitudes socialmente responsáveis das empresas, e claro, dos caminhos adotados pelos governantes eleitos pelo povo.

Enfim, vai depender de cada um de nós.

Por onde começar?

Por você.

Reflita sobre o que você está vivendo e como responde à restrição da liberdade.

Pergunte-se: de que forma posso me comprometer pelo coletivo ajudando a diminuir as desigualdades sociais ruins para todos?

O que estou gostando e quero manter, o que estou sentindo falta e quero valorizar mais quando a vida voltar a uma certa ‘normalidade”?

Identifique suas respostas ao que é essencial e suficiente agora.

Reconheça suas reais necessidades do que lhe é suficiente  e perceba se essas respostas mudarão ou não na medida que a economia se reaquece, o consumo se estabelece, a sociedade capitalista define o jogo competitivo do poder.

Se você for capturado pelo sistema, respire fundo e investigue suas velhas, programadas  e aprisionantes respostas. Talvez você encontre em seu mundo interno o (a) Personagem Jovem Imaturo (a) buscando a afirmação externa pra se sentir com importância. Acolha-o (a).

Pergunte-se a qual tipo de mundo social você deseja pertencer.

Inicie suas transformações no presente.

Você é merecedor de uma vida livre de manipulações.

Telma Lenzi | 27 de maio de 2020

 

 

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